George Michael em Madrid by Sónia Santos

Não me reconheci!
Acho que nunca gritei, pulei, cantei tanto num concerto! Fiquei surpreendida comigo própria! Parecia ter 13 anos!!! Afinal, desde essa altura esperava por ver um concerto de George Michael!
Às 19h00 já estava na fila para entrar no Pavilhão dos Desportos de Madrid o que me valeu ficar apenas 3 cabeças atrás das grades que separam os fãs do palco.

22h20, as luzes do Pavilhão apagam-se e ouve-se Waiting (quem tem acompanhado o percurso de George Michael sabe que não podia ter começado da melhor maneira).
Sucesso atrás de sucesso, o inevitável cantar a uma só voz… De resto, o próprio George Michael incentivava a isso mesmo, “partilhando” constantemente o microfone connosco. Não se perdeu em grandes paleios, mas esteve sempre com uma presença fantástica, muito bem disposto!

As músicas que ouvimos?
Flawless, Fast love, Father figure, Star People, The First Time Ever I Saw Your Face, Praying For Time, You Have Been Loved, Everything She Wants, My Mother Had A Brother, Shoot The Dog, Faith, Spinning The Wheel , Jesus To A Child, An Easier Affair, A Different Corner, Amazing, Too Funky, I'm Your Man, Outside.

Chega?
Ainda não! Queremos mais! E querer mais em Espanha não varia muito de Portugal. Sem grande originalidade mas com sentidos aplausos, “George! George! George!” e “Olé, olé, olés”, George volta ao palco com Careless Whisper.
Agradece, volta a sair e nós queremos mais!
Regressa com Freedom e é mesmo o ponto final.
O pessoal ainda se manteve firme durante algum tempo dentro do pavilhão, mas de nada adiantou. Acabou mesmo.


A saída do pavilhão faz-se acompanhada de nuestros hermanos visivelmente satisfeitos mas também se ouve falar português!
Eu saí encantada da vida e principalmente orgulhosa por não ver as minhas expectativas goradas. Foi um espectáculo sem superficialidades, maduro.
É verdade que George Michael tem passado por episódios menos “simpáticos”, mas ninguém lhe tira a excelente voz e o talento como escritor de grandes canções Pop. Socorro-me de um cliché para rematar: George Michael é o clássico exemplo do vinho do Porto. Quanto mais velho…
Já que toco na idade, fica o desabafo: No dia seguinte estava de rastos!!! Sim, senti-me com 13 anos, mas a verdade é que já tenho uns anitos a mais…

“All those insecurities

That have held me down for so long

I can't say I've found a cure for these

But at least i know them

So they're not so strong”